Mulher morre em Londres e corpo fica esquecido em apartamento durante três anos

Sheila Seleoane, de 61 anos, não tinha amigos ou parentes próximos, e não foi procurada ao parar de pagar aluguel

A secretária médica Sheila Seleoane, de 61 anos, morreu em 2019, mas apenas no início deste ano seu corpo foi encontrado no apartamento em que ela vivia em Londres, capital do Reino Unido. Embora a descoberta tenha ocorrido em fevereiro de 2022, os detalhes da história foram divulgados neste domingo (24), pelo jornal The Guardian. A demora de três anos chamou atenção: ela não tinha familiares ou amigos próximos e não foi procurada quando parou de pagar o aluguel. Embora os vizinhos tenham reclamado repetidamente do mau cheiro vindo do apartamento, a Peabody Trust, associação habitacional que age como gestora do imóvel, ignorou a questão.

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Relatos dos vizinhos ouvidos pelo jornal dão conta do aparecimento de larvas e moscas vindas do apartamento de Seleoane semanas depois da interrupção de pagamentos de aluguel, em agosto de 2019. Em outubro de 2020, um vizinho mencionou que o cheiro era “como de um cadáver”. O relatório final do caso encontrou ao menos 89 tentativas de contato com Seleoane entre agosto de 2019 e fevereiro de 2022, que não foram respondidas, nem acompanhadas. O corpo só foi descoberto após a polícia local ser alertada de danos na varanda da residência em Peckham, no sul de Londres, causados por tempestades. Agentes foram até o local e, após não obterem resposta, forçaram a entrada no local.

Dirigentes da Peabody Trust afirmaram que tentaram contato por e-mails, mensagens de texto, carta ou ligação telefônica, e apresentaram provas dessas tentativas. O CEO da Peabody, Ian McDermott, afirmou que a empresa estava devastada com o ocorrido. “Sentimos muito por nossa parte nisso e pedimos desculpas a Sheila, sua família e a todos que vivem em Lord’s Court. Ao agir neste caso, não fizemos a pergunta mais fundamental: Sheila está bem?”, disse, em um comunicado. O inquérito mostra ainda que as autoridades também cometeram erros: em outubro de 2020, a Peabody solicitou à polícia que fizesse uma checagem de bem-estar. E, com um erro do processo, a força de segurança afirmou à empresa que a moradora estava ‘segura e bem’.

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