Polícia Civil desarticula grupo que aplicava golpes e ostentava luxo em Montes Claros (MG)

A Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG) deflagrou, nesta quarta-feira (18), em Montes Claros, Norte de Minas, a operação Hollywood, com objetivo de desarticular um grupo criminoso especializado em clonagem de cartões de crédito, que chegou a movimentar mais de R$ 6 milhões e ostentar luxo. Foram cumpridos dez mandados de busca e apreensão, oito bloqueios de contas bancárias e cinco mandados de prisão, sendo três em Montes Claros, um na Serra das Araras, em Januária, e outro em Belo Horizonte.   A matéria continua após a publicidade www.funerariaitapax.com.br/ Link para baixar o aplicativo As investigações tiveram início há dois anos, quando a Polícia Civil começou a investigar uma empresa de fachada voltada para área de pesquisa de dados de comércio, criada pelos suspeitos para usar os dados financeiros das vítimas. O grupo também vendia essas informações para criminosos, que as utilizavam para aplicar golpes. Os investigados não tinham nenhum funcionário vinculado à empresa, bem como, durante cinco anos, verificou-se que a movimentação financeira foi nula (zero), comprovando seu uso para coletar dados e alimentar os golpes aplicados às empresas de cartões.   Utilizando os cartões clonados, os suspeitos efetuavam compras na internet, principalmente de aparelhos odontológicos. Depois, os equipamentos eram vendidos para dentistas que não tinham conhecimento das fraudes, gerando grandes prejuízos às instituições financeiras. As vendas eram intermediadas por um integrante do grupo, um médico, que tinha conhecimento da demanda de venda desses produtos e intermediava a negociação. Os valores cobrados eram compatíveis com os aplicados no mercado, por isso, quem comprava não desconfiava do golpe.   Golpe e luxo [caption id="attachment_78298" align="alignnone" width="1280"] Foto: Polícia Civil/Divulgação[/caption] O delegado Alberto Tenório explica como os suspeitos foram aperfeiçoando o golpe: primeiro, eles clonavam cartões, usando exatamente os dados das vítimas; depois, passaram a usar os dados das vítimas com o nome dos golpistas e, durante as compras, físicas, eram apresentados os próprios documentos; por último, os suspeitos colocaram dados de pessoas falecidas para dificultar a investigação.   Ainda segundo o delegado, por meio da fraude, os investigados ostentavam uma vida luxuosa. “Os valores eram usados para viagens internacionais, casas e carros. Na casa do médico, líder do grupo, foi apreendida a quantia de R$ 112 mil, máquinas de clonar cartões e contar dinheiro, impressora 3D, veículos de luxo e vários cartões”, descreve.   O Delegado Regional em Montes Claros, Herivelton Ruas Santana, explica como era a ação dos investigados para realizara a fraude e enganar as instituições financeiras. “Eles conseguiam os dados de clientes de forma lícita, aplicavam os golpes e com o dinheiro compravam imóveis, veículos e outros bens. Com isso, eles supostamente lavavam o dinheiro ilícito”, informa, ao dizer que a polícia levanta qual o prejuízo causado às vítimas. Santana esclarece que foi deferido pela Justiça o bloqueio de R$ 2,5 milhões na conta vinculada ao grupo, e a ordem já foi enviada para os bancos.   Responsabilização   Ao ressaltar a importância da repressão aos crimes de lavagem de dinheiro na região, o delegado Jurandir Rodrigues, Chefe do 11º Departamento de Polícia Civil, elogia os policiais pelo sucesso da operação, que possibilitou a descapitalização do grupo criminoso. Ele também agradece a logística oferecida pela Superintendência de Investigação e Polícia Judiciária (SIPJ) em Belo Horizonte e pela Delegacia Regional em Januária, que possibilitou a prisão de dois envolvidos nas respectivas cidades.   Os cinco investigados presos têm entre 27 e 35 anos e vão responder por estelionato, lavagem de dinheiro e associação criminosa. Os suspeitos foram encaminhados para o sistema prisional e encontram-se à disposição da Justiça. Levantamentos continuam no sentido de identificar outros integrantes do grupo e localizar dois homens que estão com mandado de prisão preventiva em aberto.   O nome da operação faz alusão às viagens internacionais do grupo para Nova Iorque, Hollywood e Las Vegas, nos Estados Unidos, além de Paris e Espanha, na Europa, cujas fotos foram postadas em redes sociais, comprovando a vida luxuosa dos suspeitos.

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