Sargento encontra ex no carro de cabo da PM, briga e é assassinado em Betim (MG)

Policial foi baleado no peito e na cabeça; militar que atirou alega que agiu em legítima defesa. Uma briga entre dois policiais militares terminou em morte, nessa segunda-feira (26), em Betim, na região metropolitana de Belo Horizonte. Após encontrar a ex-mulher no carro de um cabo, o sargento da reserva Leonício Alves de Souza, de 52 anos, foi tirar satisfações e acabou assassinado pelo colega de profissão.   A matéria continua após a publicidade De acordo com o boletim de ocorrência da Polícia Militar (PM), durante patrulhamento, a equipe policial foi informada que um militar tinha disparado contra outro na rua Cedro, no bairro Alto das Flores.  No local, a vítima foi encontrada sem vida caída no chão. Entre as pernas do sargento estava uma pistola 380. Segundo a perícia, ele tinha perfurações no peito e na cabeça.  Ainda conforme o registro policial, o cabo, de 32 anos, contou que, por volta das 21h, recebeu uma ligação da ex-companheira de Souza. A mulher, de 44 anos, solicitou que ele a pegasse de carro para que ela fosse até o bairro Petrolândia buscar um outro veículo. Em seguida, ela pegaria um freezer.  O cabo aceitou o encontro e, após deixar mulher no local combinado, deslocaria até o batalhão para assumir o turno de serviço.  No trajeto, um outro carro emparelhou com o Uno do suspeito, que, pensando ser um assalto, acelerou. No veículo estava o sargento, que ultrapassou o Uno e bloqueou a via.  A vítima ainda teria retirado a mulher de forma violenta do carro do cabo e começado com vários xingamentos. Posteriormente, o sargento afirmou que mataria a ex e o cabo, que, para se defender, atirou primeiro. A versão do atirador foi confirmada pela mulher.  Após efetuar os tiros, ele tentou socorrer o sargento e acionou a policia. O óbito foi confirmado por uma equipe do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu).  O cabo foi preso e a  corregedoria da corporação foi acionada para acompanhar o desenrolar dos fatos. O caso foi registrado na Delegacia de Plantão de Betim. Separação de corpos Na manhã de terça-feira (27), reportagem de O TEMPO fez contato com a mulher que estava no carro do cabo, ex do sargento. Ela não quis gravar entrevista e se limitou a dizer que "não existiu traição, uma vez que eles estavam separados de corpos há mais de três meses, ele estava morando em Contagem e o que aconteceu foi um atrito entre amigos".  Vizinhança assustada O local do crime fica  aproximadamente 200 metros da casa da ex do sargento. A briga e os barulhos de tiros assustaram moradores de toda a área.  "Estava indo tomar banho quando ouvi uns gritos, e a mulher dizendo: 'o que você está fazendo, cara?'. Depois teve um tanto de tiro e ficamos sabendo que o sargento tinha morrido. Ele morava aqui há mais de 15 anos e era gente boa com todo mundo", contou uma vizinha, sob anonimato.  Um outro morador da rua Cedro afirmou que estava na varanda quando ouviu os tiros. "Foram muitos tiros, talvez uns quatro a seis. Depois teve um silêncio. Aí no grupo do bairro começou a circular a informação que era briga de policial. O bairro é muito tranquilo", afirmou o homem, que também pediu para não ter o nome divulgado.  Se liberado por delegado, cabo pode voltar a trabalhar De acordo com a capitão Layla Brunella, porta-voz da Polícia Militar, o caso será investigado pela Polícia Civil por se tratar de um crime comum.  "A questão criminal é apurada pela delegacia de polícia, uma vez que é um crime comum praticado fora do horário de serviço e em lugar que não está sob administração militar. A parte criminal passa pela Polícia Civil e, internamente, há adoção de medidas disciplinares para verificar se há alguma transgressão que possa se encaixar nessa conduta. A corregedoria da Polícia Militar acompanha e vai instaurar procedimento administrativo para apurar questões disciplinares", explicou.  Ainda conforme a capitão, caso o cabo seja liberado pelo delegado, ele pode voltar a trabalhar.  "Se o delegado entende a ação dele, inicialmente, legítima amparado em alguma excludente de ilicitude, fora do horário do serviço, não é um fato desabonador de conduta militar que o impeça de trabalhar normalmente. É importante destacar que os fatos não estão ligados ao serviço e a Polícia Militar está tomando todas as providências. E deixar claro que o cabo estava na companhia de uma mulher que é ex-esposa desse sargento. Não há nenhuma questão de adultério ou questão conjugal mal resolvida nessa situação", finalizou a capitão.  

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