Cemig promove melhorias no desempenho do Compensador Estático da SE Bom Despacho 3

Esforço em ações corretivas reduz perdas e gera receita para a companhia. A Cemig investiu R$ 72 milhões em um complexo chamado Compensador Estático (CER1) para ser utilizado na subestação (SE) Bom Despacho 3, localizada no município de Bom Despacho, na região Centro-Oeste de Minas Gerais. Trata-se de um equipamento conectado ao Sistema Interligado Nacional, com range de potência de 500MVAr, em funcionamento desde o ano de 2015, sendo o segundo maior em operação na América Latina. O objetivo principal do CER1 é a injeção e absorção de potência reativa em momentos de oscilações no sistema, de forma extremamente rápida, amortecendo as variações de tensão e melhorando a qualidade da energia.     A matéria continua após a publicidade Devido à importância do equipamento para geração de receita, a Cemig começou a implementar em 2019 uma série de ações corretivas e melhorias no complexo, a partir de estudos realizados por um grupo de empregados da Gerência de Ativos de Transmissão Triângulo (AT/TR). Após a implementação das melhorias, o complexo ultrapassou a marca de 500 dias em funcionamento sem ocorrências e hoje é referência em desempenho. O CER1 gera uma receita anual de R$ 11 milhões para a Cemig. Devido ao alto valor de receita, são contabilizados cerca de R$ 190 mil de perda (chamada de “parcela variável”) para cada hora de indisponibilidade não programada do complexo. Entre os anos de 2015 e 2019, foram contabilizados mais de R$ 8 milhões em perdas, ocasionadas por 24 desligamentos do equipamento. As melhorias foram viabilizadas pela Cemig, após constatação de pouca evolução no desempenho do equipamento com trabalhos junto ao fabricante. O esforço foi coordenado pelo engenheiro especialista em Proteção, Controle e Automação da Cemig, Giovani Cougo, sendo implementado no período de seis meses, em quatro etapas. [caption id="attachment_77346" align="alignnone" width="821"] Equipes da Cemig trabalham no Compensador Estático (CER1), que é o segundo maior da América Latina, localizado na SE Bom Despacho 3 (Fotos: Arquivo/Cemig)
[/caption] Inteligência artificial Na primeira etapa, foi desenvolvido um aplicativo que utiliza um tipo de inteligência artificial conhecido como Machine Learning, treinado para tomar decisões e realizar cálculos complexos e volumosos para o perfeito equilíbrio das unidades capacitivas que compõem o CER1. “Dessa forma, reduzimos o tempo desprendido nesses cálculos, bem como a corrente de desequilíbrio e, consequentemente, o número de falhas no complexo”, explica Giovani. Já na segunda etapa, foi realizada a modelagem completa do complexo. Por meio de simulações computacionais, foi evidenciada a necessidade de mudança da estratégia do sistema de controle. “Implementamos essa mudança da estratégia, evidenciando a redução do número de chaveamento (ligar e desligar) dos bancos de capacitores em mais de 80 vezes. Foi verificado também que, mesmo após a modificação da estratégia de trabalho do CER1, a robustez de sua atuação perante curto-circuito foi mantida” completa o engenheiro. A terceira etapa do projeto implementou mais de 40 ações de melhoria, como correções, retorqueamento e substituição de cabos por outros mais adequados e robustos. “Na quarta e última etapa, foi desenvolvida a documentação técnica e aplicativos de apoio na identificação de falhas, além de implementado o treinamento em campo”, explicou. Resultados A implementação do trabalho consistiu em mão de obra – sendo mais de 600 horas de trabalho – e um custo de R$ 85 mil. “O desconto de parcela variável pôde ser reduzido da média de R$ 4 milhões anuais para R$ 27 mil, nos últimos 17 meses. Apesar dos bons resultados obtidos até agora, esse é um trabalho de aprendizado constante, portanto, sempre que possível implementamos melhores práticas de operação e manutenção, visando um desempenho ainda melhor”, finaliza o especialista.

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