Lojas de BH trocam alvará e vendem até feijão para driblar decreto de Kalil

Armarinhos e butiques obtêm licenças de serviços essenciais e incluem de fubá a rolo de pintura nas gôndolas para manter portas abertas a semana toda.

Especializada em utilidades domésticas e papelaria, a rede Armando Nacionais e Importados, com oito lojas instaladas em Belo Horizonte, vende, tradicionalmente, artigos como panelas de pressão e assadeiras para bolos. Recentemente, passou a oferecer também os ingredientes das iguarias preparadas com esses utensílios: feijão, farinha de trigo, açúcar e até fubá. [caption id="attachment_74294" align="alignnone" width="675"] Além de obter licença similar à dos supermercados, este armarinho também conseguiu liminar na Justiça garantindo funcionamento em tempo integral, segundo o gerente Auzami Moreira
(foto: Gladyston Rodrigues/EM/D.A.Press)[/caption]
Nesta segunda-feira (10), ao menos três empreendimentos estava nesta situação no Centro da capital. Entre eles, a rede 1001 Festas, tradicional comércio de itens para eventos, com 13 unidades distribuídas por BH e Região Metropolitana. O grupo obteve licenças similares às dos supermercados, embora não funcione exatamente como eles. “Dá para fazer a compra do mês aqui?”, questiona a reportagem à recepcionista da loja situada na Rua Rio de Janeiro, número 341 . “Não, aqui tem forminhas, balões, chocolates, só produtos para festa mesmo”, afirma a funcionária. 
No Atacarejão do Lar, loja com foco em artigos de armarinho, o artifício utilizado foi o abastecimento de algumas gôndolas com rolos de pintura, alicates, colheres de pedreiro e outros artigos da construção civil - setor que também está na categoria de atividades essenciais.  “Não é de agora, nós sempre vendemos essas coisas”, alegou um vendedor. 

'Jeitinho'  

[caption id="attachment_74295" align="alignnone" width="675"] Especializada em artigos para festas, tradicional rede de BH obteve alvará de supermercado e abre todos os dias da semana
(foto: Gladyston Rodrigues/EM/D.A.Press)[/caption] O gerente de Fiscalização e Controle Urbanístico da PBH Túlio Xavier, que supervisionava a Região Central esta tarde, relata que a tática de alteração do alvará tem se tornado cada vez mais comum. “O pessoal está dando um jeitinho. A loja passa a vender feijão, um biscoito qualquer e pede troca do alvará para o setor alimentício. Ou, então, incorpora alguns materiais de construção ao estoque e solicita uma licença para atuar nesse ramo. Diante disso, não podemos fazer nada”, pondera o servidor.     

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