Militar do Corpo de Bombeiros é preso em operação do caso Marielle Franco

Rio - O militar do Corpo de Bombeiros Maxwell Simões Correa foi preso, na manhã desta quarta-feira, durante uma ação que investiga os assassinatos da vereadora Marielle Franco (Psol) e do motorista Anderson Gomes. Ele, que foi encontrado em um condomínio de luxo no Recreio dos Bandeirantes, na Zona Oeste do Rio, é suspeito de ter participado do sumiço das armas que podem ter sido usadas no crime.
A prisão do militar foi feita pela Delegacia de Homicídios da Capital (DHC) e pelo Ministério Público estadual (MPRJ) durante a Operação Submersus 2, que investiga o sumiço de armas, que são do PM reformado Ronnie Lessa. O advogado de Maxwell acompanhou sua prisão. 
Os agentes ainda cumprem 10 mandados de busca e apreensão em endereços ligados a Maxwell e outras quatro pessoas. Na casa do bombeiro, que não falou nada ao ser capturado, foram apreendido documentos e celulares.
"É importante ressaltar que essa prisão ratifica a decisão acertada dos ministros do STJ no sentido de não federalizar a investigação do caso Marielle e Anderson e manter essa investigação aqui com a Delegacia de Homicídios", destacou o delegado Felipe Curi, subsecretário de Planejamento e Integração Operacional da Polícia Civil.
A matéria continua após a publicidade
Um policial militar do 9° BPM (Rocha Miranda) também foi alvo dos mandados de busca e apreensão. De acordo com a promotora Simone Sibilio, do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado do MPRJ (Gaeco), ele que não teve a identificação revelada, é muito amigo de Lessa.
Lessa foi preso no dia 12 de março do ano passado, juntamente com o ex-PM Élcio Queiroz. Os dois são apontados como os responsáveis por atirar contra a vereadora e seu motorista.
QUATRO COMPARSAS
De acordo com as investigações, um dia após a prisão de Lessa e Élcio, Maxwell ajudou Elaine Pereira Figueiredo Lessa, Bruno Pereira Figueiredo, esposa e cunhado de Ronnie, respectivamente; José Marcio Mantovano; e Josinaldo Lucas Freitas a ocultar armas e acessórios pertencentes a Lessa. O material estava em um apartamento do PM no Pechincha, na Zona Oeste, além de outros locais ainda desconhecidos.
Elaine, Bruno, José Marcelo e Josinaldo foram presos durante a primeira fase da Operação Submersus, em outubro do ano passado.
O papel de Maxwell no sumiço das armas foi ceder o veículo utilizado para guardar o vasto arsenal bélico, entre os dias 13 e 14 de março de 2019, para que o armamento fosse jogado em alto mar depois. Pelo menos seis fuzis foram lançados no mar da Barra da Tijuca, na altura do Quebra-Mar. O carro usado atualmente é da esposa de Lessa, mas já esteve com o bombeiro.
"É importante ressaltar que esse caso até hoje já levou à prisão 61 pessoas. É uma marca emblemática em que a gente trabalha diuturnamente para concluí-lo tão logo", reforçou o delegado Daniel Rosa, titular da DHC, dizendo que espera uma solução breve para o caso. "É difícil estimar um tempo, mas o que podemos precisar é que os esforços não estão sendo medidos e as expectativas são muito boas para um desfecho positivo".
OBSTRUÇÃO DE JUSTIÇA
Para o MPRJ, o crime de obstrução de Justiça praticado pelo bombeiro e os comparsas "prejudicou de maneira considerável as investigações em curso e a ação penal deflagrada na ocasião da Operação Submersus, na medida em que frustrou cumprimento de ordem judicial, impedindo a apreensão do vasto arsenal bélico ali ocultado e inviabilizando o avanço das investigações".
Até hoje, a arma usada para matar Marielle e Anderson não foi encontrada, "em razão das condutas criminosas perpetradas pelos cinco denunciados".
Ainda segundo o MPRJ, Maxwell é grande amigo de Ronnie, de Josinaldo e José Márcio.
De sua casa no Recreio, o bombeiro foi levado para a sede da DHC, no bairro vizinho da Barra da Tijuca.

Siga o canal do Destak News e receba as principais notícias no seu Whatsapp!