Escola de sargentos do Exército pode deixar Três Corações depois de 70 anos

Uma possível transferência da Escola de Sargentos das Armas (ESA) de Três Corações para o Estado do Paraná virou um dos assuntos mais comentados em Três Corações (MG). Há mais de 70 anos na cidade, a mudança poderia gerar um grande impacto na economia local. O exército confirmou que tem feito estudos para centralizar as unidades de formação de sargentos.

O assunto na cidade começou depois que o portal do Governo do Paraná postou uma reportagem sobre um encontro do Governador Carlos Massa Ratinho Junior com o Comandante Militar do Sul do Exército Brasileiro, general Valério Stumpf.

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Nada definido

A matéria diz que "a intenção do exército é desativar a atual sede da escola, em Três Corações, e transferir toda a estrutura para um novo local, projetado especialmente para receber os alunos". A reportagem diz ainda que o governador do Paraná "solicitou que a escola de sargentos das armas seja transferida para o estado".

Em uma rede social, o prefeito de Três Corações, Cláudio Pereira (MDB), se manifestou. Ele disse que, em 2013, quando assumiu, “já se falava em nova ESA em Três Corações" e chama atenção para a publicação do Governo do Paraná, que diz que "não há nada definido, nem prazos".

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Segundo a ESA, o município foi procurado este ano pra que também apresentasse uma proposta para a construção de uma nova estrutura.

“Foi apresentada pelo prefeito uma proposta de uma área da prefeitura que poderia atender a essa demanda. Isso tudo porque o local hoje não permite toda a estrutura”, disse o coronel José de Arimatéia Mota.

Para o município, a ampliação da estrutura que já existe em Três Corações, para receber os estudantes das outras escolas, seria a melhor alternativa paro Exército.

“Muito mais viável a permanência, porque já temos as instalações. Já temos uma estrutura muito grande da ESA em Três Corações, então não tem porque [sair]. É uma ampliação [que é necessária]. Estaremos junto com o governador Romeu Zema [Novo], com deputados e senadores, para a aprovação dessa ampliação em Três Corações”, afirmou o vice-prefeito, Luiz Vilela Paranaíba (Progressistas).

Formação de sargentos e economia da cidade

 

A ESA forma sargentos em Três Corações há 70 anos. O coronel José de Arimatéia Mota explicou que hoje são dois anos de curso. O primeiro realizado em uma das 13 organizações militares do país e o segundo em escolas específicas, como é o caso da ESA. Segundo ele, realmente existe um estudo para que tudo isso seja unificado.

“Dentro dessa necessidade, de centralização, o comando do Exército determinou que fosse feito um estudo a nível nacional onde seriam verificados locais que poderiam atender toda essa demanda. Essa demanda não é só em relação aos alunos, mas também envolve toda uma estrutura, materiais e equipamentos militares e também um efetivo muito maior de militares para tudo isso”, explicou o coronel.

A Escola de Sargentos das Armas de Três Corações tem capacidade pra formar mais de 1 mil estudantes por ano. A maioria é de fora e tem que se mudar para a cidade. Além disso, ainda tem os militares da instituição. Ou seja, somadas, podem ser mais de duas 2 mil pessoas, que numa possível transferência deixariam de contribuir com o fluxo financeiro do município.

“Receemos a notícia pelas redes sociais e pela grande repercussão que isso causou no nosso município. Atualmente, o ramo imobiliário já sofre com a lei da oferta e procura, onde infelizmente a oferta prevalece sobre a cultura”, apontou a corretora de imóveis Estefania Karine Nogueira Branquinho.

A também corretora Vanessa Mendes Lemos Ribeiros afirmou que será algo que afetará todo ramo imobiliário.

“Se caso isso for confirmado, será uma grande perda para as imobiliárias, para os investidores do ramo imobiliário e para todos os investidores da cidade”, comentou.

Segundo o vice-prefeito, outros setores também seriam impactados.

“Três Corações possui uma fábrica de coturno, possui também costureiras, fábricas de uniformes e agasalhos. E a estrutura também para todo o pessoal, como restaurantes, casas de aluguel, apartamentos. Uma estrutura completa para que a ESA funcione bem em nossa cidade”, destacou

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