Polícia Civil prende homem que comandava tráfico no Aglomerado da Serra em BH

A Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG) deu um importante passo na repressão ao crime organizado na Vila Santana do Cafezal, no Aglomerado da Serra, em Belo Horizonte, com a prisão, nessa quarta-feira (3), do suspeito de liderar a organização criminosa que comandava o tráfico naquela região. As investigações, que duraram mais de um ano, permitiram evidenciar um complexo esquema criminoso encabeçado pelo suspeito para lavagem de dinheiro proveniente do tráfico, atividade que permitiu, apenas entre 2015 e 2020, uma movimentação financeira de aproximadamente R$ 10 milhões.   A matéria continua após a publicidade   O Chefe do 1º Departamento de Polícia Civil em Belo Horizonte, Delegado-Geral Wagner Salles, destacou a importância dessa prisão para o desmantelamento do tráfico de drogas organizado na região Sul de Belo Horizonte. “É uma organização que atua de forma empresarial, estruturada e hierarquizada, no tráfico de drogas naquela comunidade. Com menos essa liderança, com certeza conseguiremos diminuir vários outros crimes violentos decorrentes dessas atividades ilícitas, como roubos e homicídios”, pontuou. O homem foi preso em uma residência de luxo, avaliada em R$ 1 milhão, onde morava em Lagoa Santa, na região metropolitana. No local, os policiais ainda apreenderam veículos de luxo, joias, e equipamentos eletrônicos de última geração. [caption id="attachment_70758" align="alignnone" width="600"] PCMG/Divulgação[/caption] Além dessa prisão, a PCMG já tinha detido, em outras oportunidades, importantes integrantes da mesma organização criminosa, incluindo dois homens que chefiavam o grupo anteriormente. “E essa não será a última prisão de importantes membros dessa organização criminosa. Através de investigações qualificadas e com inteligência policial, vamos desmantelar por vez o tráfico de drogas no Aglomerado”, afirmou o titular da Delegacia Regional de Polícia Civil Sul, Delegado Felipe Falles. Ainda de acordo com o Delegado, a PCMG já investiga, inclusive, a ligação do preso com outras organizações criminosas até de fora do país. [caption id="attachment_70759" align="alignnone" width="1019"] PCMG/Divulgação[/caption]   Lavagem de dinheiro De acordo com o Delegado responsável pelas investigações, Vinícius Augusto de Souza Dias, o que chama a atenção da polícia no caso é a complexidade com a qual o suspeito articulou um esquema envolvendo lavagem de dinheiro para se manter, até certo ponto, fora da mira das autoridades. “Deve-se a este preso uma mudança que percebemos no tráfico de drogas na região Sul de Belo Horizonte. Após a prisão de outros dois homens que comandavam a organização criminosa, esse preso passou a ascender rapidamente, demonstrando muita inteligência na gestão dos negócios do tráfico”, pondera. [caption id="attachment_70760" align="alignnone" width="1280"] Delegados Felipe Falles, Wagner Sales e Vinicius Dias (PCMG/Divulgação)[/caption] Para tanto, o investigado recolhia o dinheiro de todas as bocas de fumo controladas pela organização criminosa no Aglomerado, adquirindo as drogas e, ao mesmo tempo, pagando pela distribuição em vários pontos da zona Sul da capital, onde o escoamento dos narcóticos é rápido e traz grande lucro aos criminosos em razão do poder aquisitivo dos usuários. “Por isso podemos dizer que a investigação foi complexa, porque era um indivíduo que não estava ligado diretamente à materialidade do tráfico, ele dissimulava e descaracterizava suas atividade, dificultando, assim, o levantamento de indícios criminais”, observa Souza. Como o suspeito se especializou na gerência do dinheiro proveniente do tráfico, ele utilizava de vários mecanismos para burlar as autoridades, como um esquema conhecido como “mesclagem”, pelo qual o dinheiro ilícito era misturado ao dinheiro legal para, assim, despistar monitoramentos financeiros. Contudo, a PCMG conseguiu junto à Justiça a quebra do sigilo bancário, bem como dos dados de meios eletrônicos, o que permitiu traçar todo o caminho do dinheiro que vinha do tráfico. Para lavar o dinheiro, o suspeito abriu uma série de empresas de fachada em todo o Aglomerado, locais esses que distribuíam produtos legais para todo o comércio da região, que movimentavam a capacidade de capitalização da organização criminosa em diversas regiões de Belo Horizonte. "Com o esquema, ele alcançou uma capacidade de movimentação financeira tão grande porque ele começou a gerir e captar várias pessoas para redistribuir os produtos de suas empresas de fachada em diversas regiões de Belo Horizonte", explicou o Delegado. Inclusive, um dos fatos que dificultou a captura do suspeito foi que ele não permanecia muito tempo em um mesmo lugar, já que dispunha de vários agentes para intermediar os negócios e, além disso, mantinha diversos imóveis tanto em Belo Horizonte quanto na região metropolitana, aos quais ficava transitando”, detalhou Falles. O suspeito já havia sido preso em 2012 também por tráfico de drogas e agora já se encontra recolhido no Sistema Prisional, à disposição da Justiça.

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