Polícia Civil desarticula organização criminosa que extorquia população em Betim

Com a operação “Pizzo”, deflagrada na manhã desta quarta-feira (3), a Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG) pôs fim ao terror que a população do bairro Jardim Teresópolis, em Betim, Região Metropolitana de Belo Horizonte, estava sofrendo. Uma organização criminosa, envolvida com tráfico de drogas, que extorquia comerciantes e moradores da localidade foi desarticulada durante os trabalhos investigativos. O líder do grupo criminoso, de 36 anos, estava detido na Penitenciária Nelson Hungria, em Contagem, e de lá comandava um esquema criminoso para extorsão dos moradores. Conforme apurado, a organização criminosa que ele é suspeito de comandar há algum tempo estaria em conflito com outra facção criminosa que disputava o tráfico de drogas na região do bairro Jardim Teresópolis.   A matéria continua após a publicidade   Assim, para movimentar capitais, o suspeito encabeçou um esquema em que outros comparsas, de fora da unidade prisional, ameaçavam e extorquiam comerciantes e moradores do bairro sob a justificativa de que ganhariam proteção contra as atividades do grupo rival. Foram identificados pelo menos três adolescentes que, além da extorsão, ainda cometiam delitos, como roubos e incêndios, para motivar a busca por amparo da organização criminosa. Como prova, a PCMG chegou a recolher, inclusive, um áudio que circulava na região dos suspeitos ameaçando quem não aceitasse o programa de proteção ilegal. [playlist ids="70713"] Segundo as investigações, as ações delituosas ocorriam desde outubro de 2019. Em novembro daquele ano, um supermercado chegou a ser incendiado, com indícios de participação do grupo criminoso. “Os comerciantes ficavam acuados e temerosos, mas não há indícios de que pagavam a extorsão. Por isso, suspeitamos de que atentados desse tipo foram perpetrados na região”, explica o Delegado Thiago Machado, titular da Delegacia de Repressão às Ações Criminosas Organizadas (Draco), do Departamento Estadual de Operações Especiais (Deoesp). Machado adiantou que quatro comerciantes já foram ouvidos no curso do inquérito policial, mas outras vítimas ainda estão sendo identificadas. [playlist ids="70715"] Ainda conforme o Delegado, eram cobradas taxas de R$ 15 por dia para os comerciantes e R$ 10 para moradores, o que poderia movimentar mais de mil reais por mês para os suspeitos. Por conta dos conflitos com o grupo criminoso rival, três adolescentes chegaram a serem assassinados em março deste ano. Um deles chegou a ser morto com mais de 20 tiros. Durante a operação desta quarta (3), foram cumpridos oito mandados de busca e apreensão, resultando na apreensão de celulares dos suspeitos que subsidiarão as investigações. Além disso, o líder da organização criminosa, que já estava preso - condenado a mais de 13 anos por homicídios, tráfico de drogas, organização criminosa, dentro outros - também teve mandado de prisão preventiva cumprido por extorsão. A mãe dele também é investigada, suspeita de participar do esquema criminoso. Um comparsa, de 24 anos, que foi preso em flagrante pela Polícia Militar em abril deste ano por porte ilegal de arma de fogo, também está sendo indiciado. A polícia procura agora por um terceiro suspeito, Douglas Henrique Moreira da Silva, conhecido como “Gordinho” ou “Dogão”, de 26 anos, que também está com mandado de prisão decretado pela Justiça. Conforme ressalta Machado, esta é mais uma ação que tem por objetivo reprimir de forma contundente a atividade de grupos criminosos que tentam subverter a função do Estado em garantir a segurança e formar milícias que atemorizam a população. “Nossa intenção é combater grupos armados que se articulam de forma organizada e ameaçam a segurança e bem-estar da população, restituindo, assim, a ordem para essas comunidades”, finalizou. Esmeraldas Em outra atuação da equipe de policiais civis do Deoesp, nesta semana, outras nove pessoas tiveram mandados de prisão preventiva cumpridos, a maioria membro de uma mesma família e suspeitos de integrarem organização criminosa voltada para o tráfico de drogas em Esmeraldas e Contagem, na Região Metropolitana de Belo Horizonte. Os mandados foram expedidos pela Justiça em decorrência de operação da PCMG desencadeada no dia 15 de maio, em Contagem. Os suspeitos já haviam sido presos em virtude de mandado de prisão temporária e, agora, tiveram as preventivas decretadas e cumpridas. Um décimo indiciado no inquérito, o sobrinho da líder do grupo criminoso, um homem de 23 anos, continua foragido.

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