Sem casa ou lugar para lavar as mãos, população de rua fica vulnerável ao coronavírus

A prefeitura de Belo Horizonte está trabalhando em uma estratégia para proteger a população de rua da cidade diante da pandemia do coronavírus. A capital mineira já tem cinco casos oficialmente confirmados, sendo que dois deles são oriundos de contaminação local e comunitária. Ou seja, as pessoas contraíram a doença em contato com a população da própria cidade.

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A Defensoria Pública da União divulgou, nesta quarta-feira (18), uma recomendação de atendimento às pessoas em situação de rua, que foi enviada aos estados e municípios de todo o país nessa terça (13), segundo o órgão.
A recomendação é para que as prefeituras garantem o funcionamento dos equipamentos e serviços que atendam aos moradores de rua, disponibilizando álcool em gel, máscaras de proteção descartáveis e material informativo sobre a Covid-19 nestes locais como abrigos e restaurantes populares, e que também destinem espaços específicos nestes locais ao público de risco: idosos, gestantes e pessoas com doenças crônicas.
Além disso, o órgão pede para que espaços públicos educacionais e esportivos como escolas e quadras comunitárias que foram fechadas por conta da pandemia sejam abertas para acomodar a população em situação de rua.
População em situação de rua é vulnerável à doença
Dentre as principais recomendações das autoridades de saúde diante do avanço do coronavírus no mundo estão o isolamento domiciliar à medida do possível e evitar aglomerações de pessoas e ambientes fechados. Mas para uma população que não tem teto, ficar em casa não é uma opção. Por outro lado, aqueles que recorrem a abrigos na cidade para passar a noite, acabam sujeitos a aglomeração em espaços fechados.
Segundo o Ministério da Cidadania, Belo Horizonte tem mais de 8 mil pessoas em situação de rua. Mas oficialmente, a Prefeitura da capital contabiliza 4.500 pessoas nesta situação. Já o número de vagas em abrigos institucionais é de 1.074.
A Secretaria Municipal de Assistência Social, Segurança Alimentar e Cidadania (SMASAC), informou que já trabalha em uma estratégia, junto a outros órgãos da administração municipal, para atender a esta população durante a pandemia. Os abrigos da cidade seguem funcionando, assim como outros equipamentos destinados a este público.
Nos restaurantes populares, conforme informou o prefeito Alexandre Kalil em coletiva por vídeo nessa terça-feira (17), a dinâmica de atendimento foi alterada. No lugar das bandejas onde são servidas as refeições para os moradores de rua, eles receberão marmitas para evitar que se aglomerem no local para se alimentar.

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