Zé de Abreu: “Vagina não transforma fascista em ser humano”

Após uma série de postagens contra a atriz Regina Duarte, o ator José de Abreu tem sido acusado de ser machista e misógino. A atriz aceitou o convite do presidente Jair Bolsonaro para ocupar a Secretaria Especial da Cultura e desde então tem sofrido ataques de Abreu. No Twitter, o ator chegou a afirmar que iria “desmascarar” a atriz: “Lembra de quantos gays lhe tiraram rugas? Coloriram seus cabelos brancos? Criaram figurinos para esconder suas banhas?”, escreveu.
   

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Apesar das críticas tanto da direita quanto da esquerda, José de Abreu disse, em áudio enviado à colunista Mônica Bergamo, do jornal Folha de S.Paulo, que recebeu o apoio de várias mulheres em seu perfil na rede social. Ele diz ainda que não dá para respeitar quem apoia Bolsonaro nem considerar ser humano um fascista.
“Não existe sexo [homem ou mulher]. Quem apoia miliciano, homofóbico, torturador, pra mim nem humano é”, disse José de Abreu à Folha. “Não dá para respeitar quem apoia o Bolsonaro. Eu não tenho o menor respeito”, afirmou.
O ator também afirmou que é “radical mesmo” e está “num caminho sem volta”.
“Aquilo que eu postei, que [maquiadores e cabeleireiros] tiraram as rugas, os cabelos brancos, que costureiros fizeram roupas para esconder as banhas [de Regina Duarte] não é uma criação minha. As pessoas me ligam apavoradas, entendeu? Como é que pode uma atriz participar de um governo desses? É um negócio de louco. Ela diz que recebeu um chamado divino. Porra, é contra índio… ah, não dá. Desculpa. Mas é muito difícil”, justificou o ator.
“Eu repliquei [as afirmações sobre rugas, cabelos brancos e banha]. Quem [me] falou isso foi uma mulher, lésbica, da TV Globo. Isso não é minha criatividade”, argumentou.
“E veja quantas mulher me apoiam no Twitter. Fascista não tem sexo. Simone de Beauvoir falava “tornar-se mulher”. Vagina não transforma uma mulher em um ser humano. Assim como o pênis não me transforma em um machista misógino”, comentou.
“Sou, talvez, sim, machista, misógino, por uma educação [que recebi], pela sociedade. Mas a cada dia eu tento “mulherar”. A cada dia eu sou menos machista, menos misógino. E tenho certeza disso”, disse Abreu em outro trecho do áudio enviado à Folha.
“Eu piso na bola às vezes. Mas, numa boa, se há um homem que procura “mulherar” a cada dia sou eu. Eu não vou parar. Não vou parar. Eu sei que estou certo. A minha consciência diz que eu estou certo. E eu vou continuar nessa”, afirmou o ator.

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