A vigilância sanitária de Contagem, na Região Metropolitana de Belo Horizonte, fechou na tarde desta sexta-feira (17) a empresa Imperquímica no bairro Vila Paris, em Contagem, na Região Metropolitana de Belo Horizonte. Ela fornece monoetilenoglicol para a cervejaria Backer, em Belo Horizonte. A substância é usada como anticongelante em serpentinas durante a produção das bebidas.
De acordo com o órgão, ela vendia o monoetilenoglicol fracionado e não tinha alvará para isso.
O advogado Mário Savieri, da Imperquímica, disse que na segunda ou terça devem reabrir porque pretendem regularizar esta situação. De acordo com ele, a Backer era a única cliente que comprava monoetilenoglicol.
Nesta quinta-feira (16), a Polícia Civil recolheu amostras de produtos e documentos da empresa. Ninguém do estabelecimento foi encontrado para falar sobre o assunto.
Análises feitas pela perícia do Instituto de Criminalística da Polícia Civil apontaram a presença de dietilenoglicol em amostras da cerveja Belorizontina. A substância é tóxica e também foi encontrada em exames de sangue de quatro dos pacientes internados em Minas Gerais.
A Backer nega que usa o dietilenoglicol no processo de fabricação. Ele foi encontrado pelo Ministério da Agricultura em um tanque de fermentação e na água usada pela cervejaria.
O Conselho Regional de Química de Minas Gerais abriu processo para investigar se a distribuidora está dentro das normas exigidas para funcionar.
De acordo com a Prefeitura de Contagem, a empresa Imperquímica, não tinha alvará sanitário e também foi identificado que no local era feito o fracionamento de produtos químicos, o que não está contemplado no alvará de funcionamento. “Além disso, para ocorrer o fracionamento, algumas obras devem ser executadas”.
Ainda conforme a Prefeitura, a Imperquímica foi interditada e teve suas atividades embargadas.
Resumo:
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Uma força-tarefa da polícia investiga 19 notificações de pessoas contaminadas após consumir cerveja; quatro morreram;
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Os sintomas da intoxicação incluem náusea, vômito e dor abdominal, que evoluem para insuficiência renal e alterações neurológicas;
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O Ministério da Agricultura identificou 21 lotes de cerveja da Backer contaminados com dietileglicol, um anticongelante tóxico;
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A Backer nega usar o dietilenoglicol na fabricação da cerveja;
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A cervejaria foi interditada, precisou fazer recall e interromper as vendas de todos os lotes produzidos desde outubro;
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Diretora da cervejaria disse que não sabe o que está acontecendo e pediu que clientes não consumam a cerveja.