Cruzeiro perde para o Palmeiras e cai para a Série B do Brasileirão

O dia 8 de dezembro vai ficar marcado como a data da maior decepção dos 98 anos de história do Cruzeiro. Neste domingo, o time mineiro foi rebaixado para a Série B do Campeonato Brasileiro com a derrota por 2 a 0 para o Palmeiras, no Mineirão. Foi a primeira queda do Cruzeiro. É o pior capítulo da história centenária do clube mineiro, que vai completar 99 anos no dia 2 de janeiro.
 

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Os torcedores se dividiram entre a tristeza e a revolta. Assentos das cadeiras do Mineirão foram quebrados e atirados em direção ao gramado no segundo tempo. A polícia se dirigiu às arquibancadas para conter os atos de vandalismo. Houve correria. Sons de bombas eram ouvidos dentro do estádio, que teve torcida única. Por causa do tumulto, o jogo foi encerrado aos 40 minutos do segundo tempo. Mesmo assim, torcedores corriam assustados com crianças no colo para fugir da confusão. 
Cruzeiro e Palmeiras no Mineirão
Cacá disputa com Marcos Rocha no jogo entre Cruzeiro e Palmeiras no Mineirão Foto: Douglas Mano - AFP
Havia esperança da torcida no início do jogo. Na hora do Hino Nacional, os torcedores rezaram e foram acompanhandos pelo técnico Adilson Batista, que faou em milagre durante a semana. Os cruzeirenses tinham uma esperança miúda, que foi se diluindo no decorrer da partida em que o time mais uma vez criou e não mostrou força para evitar o rebaixamento.
Não foi um jogo de rigorosa obediência tática. Nem poderia ser. A bola queimava no pé dos cruzeirenses nas jogadas mais agudas. A equipe da casa também teve dificuldades para superar os desfalques. Dedé, Robinho e Rodriguinho estavam contundidos; Ariel Cabral, Edilson e Egídio, suspensos. Thiago Neves segue afastado do grupo. Além do nervosismo e da ausência de peças importantes, o Cruzeiro teve de resolver uma questão tática delicada. A equipe não quis acelerar o jogo e atacar com muitos jogadores para não correr riscos de sofrer o contra-ataque – sofrer um gol seria um golpe quase mortal. Melhor tecnicamente, o Palmeiras tomou a iniciativa em vários momentos. Teve mais tranquilidade para atacar. As chances, no entanto, foram raras. A melhor delas foi um chute cruzado e rasteiro de Zé Rafael, que Fábio espalmou para escanteio aos 15 minutos. O Palmeiras fez um jogo desinteressado, protocolar, só para cumprir tabela.

DO RIO

Nesse contexto, a disputa se arrastou morna. A grande alegria da torcida cruzeirense veio do Rio. Por volta dos 39 minutos, o Botafogo abriu o placar diante do Ceará, placar fundamental para o time de Minas Gerais. Cruzeirenses vibravam como se o gol tivesse saído no próprio Mineirão. Metade do caminho estava percorrido. Mas o Cruzeiro ainda precisava fazer a sua parte. No início do jogo, Adilson optou por um ataque mais rápido com Ezequiel e Pedro Rocha, mas a bola não chegava na frente. Ele trocou Ezequiel por Sassi para conseguir maior efetividade.
O castigo veio ligeiro e como se esperava, em um contra-ataque. Aos 12 minutos, Dudu deu belo toque de calcanhar, Diogo Barbosa cruzou e Zé Rafael calou o Mineirão: 1 a 0. O Cruzeiro não conseguiu fazer a sua parte e começava a se conformar com o rebaixamento. Dez minutos depois, o silêncio se tornou absoluto: no jogo do Rio, o Ceará empatou. Com isso, a combinação de resultados necessária para o Cruzeiro se salvar estava duplamente comprometida.
O segundo gol do Palmeiras, com cabeçada no ângulo de Dudu, acabou com qualquer chance de reação. O clima ficou tenso com tumulto nas arquibancadas e a partida foi interrompida em vários momentos. Sons de bombas tomaram o Mineirão. Diante da tensão nas arquibancadas, o árbitro Marcelo de Lima Henrique decidiu encerrar a partida aos 40 minutos. 
Por conta do tumulto, o Cruzeiro poderá ser punido pela CBF e perder mandos de campo na disputa da Série B do Campeonato Brasileiro do ano que vem. Isso significa pode começar o desafio para voltar à elite longe de sua torcida. 
FICHA TÉCNICA
Cruzeiro 0 x 2 Palmeiras
Gols: Zé Rafael, aos 12 e Dudu, aos 38 minutos do segundo tempo.
Cruzeiro: Fábio; Orejuela (Weverton), Cacá, Léo e Dodô; Henrique, Ederson, Jadson e Marquinhos Gabriel; Pedro Rocha e Ezequiel (Sassá). Técnico: Adilson Batista.
Palmeiras: Weverton; Marcos Rocha, Luan, Antonio Carlos e Diogo Barbosa; Matheus Fernandes, Bruno Henrique, Raphael Veiga e Lucas Lima; Zé Rafael (Veron) e Dudu. Técnico: Andrey Lopes.
Juiz: Marcelo de Lima Henrique (RJ). Amarelos: Zé Rafael. 
Público: 27229 pagantes. Renda: R$ 307.703,00
Local: Mineirão (MG). 

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