Petroleiros decidem cumprir determinação judicial e, mesmo em greve, não paralisam produção em Minas

Os petroleiros de Minas Gerais decidiram, na tarde desta segunda-feira (18), que vão obedecer a liminar do Tribunal Superior do Trabalho (TST) que determina o funcionamento do setor produtivo das refinarias com o mínimo possível de trabalhadores. Minas é o único Estado do país onde a categoria não suspendeu a greve, que está mantida até pelo menos a próxima sexta-feira (1º), segundo o Sindicato dos Petroleiros de Minas Gerais (Sindipetro-MG).

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O diretor do Sindipetro-MG, Anselmo Braga, disse que, durante esta semana, a categoria vai deliberar se a greve continua ou não. "A liminar do TST foi uma decisão arbitrária. Nós recorremos, mas não tivemos o direito de greve reconhecido. Vamos continuar em greve então, já que praticamente estamos sendo obrigados a manter os funcionários da produção, e, até sexta-feira, decidiremos se continuamos ou não com o movimento", afirmou.
Sexta-feira é a data firmada pelo próprio TST para que os sindicatos em todo o país deem retorno sobre as assembleias com os trabalhadores. Na última sexta (25), a Federação Única dos Petroleiros (FUP), que representa a categoria em nível nacional, anunciou a suspensão da greve, já que o tribunal havia acatado quatro das seis sugestões feitas pelos trabalhadores para ajustar a mediação com a Petrobras.
Os petroleiros exigem que seja feita a renovação do acordo coletivo e a conservação dos postos de trabalho ameaçados por uma eventual privatização da Petrobras. Os trabalhadores afirmam que a venda da Refinaria Gabriel Passos (Regap), em Betim, na Região Metropolitana de Belo Horizonte, já estaria em estágio avançado de negociação.
Desabastecimento
Caso a greve continue sem cumprimento da liminar, segundo os sindicatos de trabalhadores e de postos de combustíveis, poderá haver desabastecimento no postos. O presidente do Minaspetro (Sindicato do Comércio Varejista de Derivados do Petróleo do Estado de Minas Gerais), Carlos Eduardo Mendes, diz que há um sinal de alerta ligado.
"Se a refinaria parar por mais de três turnos, começa a afetar o abastecimento nos postos. Não acreditamos que há espaço para isso, diante do cenário de crise que o país vive, não podemos passar por outra crise de combustível", comentou.

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