Chefe do tráfico de drogas no Porto está foragida

Uma das maiores operações da história da Polícia Federal (PF) para reprimir o tráfico internacional de cocaína por portos brasileiros foi deflagrada nesta terça-feira (27) e teve Guarujá como um dos seus principais focos. Doze pessoas foram presas, mas não foi achada a mulher acusada de liderar a organização criminosa.

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Por Guarujá, onde fica a Margem Esquerda do Porto de Santos, passou, e ainda pode estar escondida no Município, aquela que é considerada pela PF a primeira-dama brasileira do narcotráfico internacional: Karine de Oliveira Campos.
Apontada como líder da engrenagem responsável por despachar toneladas das drogas em navios, principalmente para a Europa, Karine tem no seu primeiro escalão o companheiro, Marcelo Mendes Ferreira, também foragido.
A mãe dela, Sandra de Oliveira, é sócia de empresa de transportes em Campo Grande (MS) e foi presa nesta terça-feira (27) pela PF durante a Operação Alba Vírus. Mais 11 pessoas foram capturadas, sendo a maioria no município de Itajaí (SC).
Identificado como integrante do esquema, o pai de Karine, Antônio da Costa Campos, só não teve a prisão temporária decretada porque morreu no curso das investigações. As ordens de captura foram expedidas pela 5ª Vara Federal de Santos.
Conforme o juiz federal Roberto Lemos dos Santos Filho, ao fundamentar a decretação das prisões, não há dúvidas de que os investigados poderão “criar embaraços e prejudicar a melhor especificação de suas condutas ilícitas” se continuarem soltos, sendo as capturas também necessárias à elucidação de outros fatos.
Conexão Salvador-Santos 
A Alba Vírus teve como ponto de partida a apreensão de cerca de 1,3 tonelada de cocaína, em Guarujá, em 20 de fevereiro de 2019. Na ocasião, foram presos o policial militar reformado Mário Márcio da Silva e o caseiro José Oliveira da Silva.
O compartilhamento de informações entre a Delegacia de Repressão a Entorpecentes (DRE) da Superintendência da PF da Bahia, em Salvador, e a Delegacia da PF em Santos possibilitou a prisão da dupla.
Apelidado por Azul, o policial militar reformado foi preso ao chegar em uma casa na Rua Professor Noé de Azevedo, na Enseada, dirigindo um caminhão-baú com 968,9 quilos de cocaína. No imóvel havia R$ 1 milhão, sendo nele preso o caseiro José Oliveira da Silva.
A PF encontrou mais 375 quilos de cocaína, fuzil, cinco pistolas, munições e carregadores na casa de Azul, também em Guarujá, na Rua Florença, no Jardim Virgínia. Pelo flagrante, neste mês, ele foi condenado pela 5ª Vara Federal de Santos a 14 anos e sete meses de reclusão por tráfico internacional.
Documentos frios 
Na residência de Azul ainda foram recolhidas duas carteiras de habilitação com nomes diferentes de mulheres (Gisele e Ticiane), mas ostentando ambas a fotografia de Karine. O celular do ex-policial também foi apreendido e revelou como a droga era introduzida em contêineres.
A cabeça do esquema, que responde em liberdade a três processos por tráfico, usaria os documentos falsos para realizar depósitos e a lavagem de dinheiro, segundo indicam as investigações. Imóveis milionários adquiridos por ela, mediante pagamentos em espécie, foram colocados em nome dos pais, de amigos e de outros comparsas.

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