PCMG aponta suposta vingança como motivação de morte de criança em Divinópolis

A partir de um trabalho intensivo de investigação, a Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG), em Divinópolis, no Centro-Oeste mineiro, conseguiu apurar, em menos de 24 horas, a autoria, circunstância e motivação da morte bárbara de uma criança de seis anos, crime que chocou a população da cidade na última quinta-feira (8).

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Com base na confrontação dos exames de necropsia, aliada às técnicas de interrogatório, os policiais civis obtiveram uma versão clara da suspeita do crime sobre os acontecimentos que levaram ao assassinato da criança. Sarah Maria de Araújo, 38 anos, foi autuada em flagrante pelo crime e será indiciada por homicídio qualificado e fraude processual, uma vez que também tentou atrapalhar as investigações. A pena pode chegar até 30 anos de reclusão.
Conforme confissão da suspeita, e depois corroborado com informações da PCMG, Sarah teria planejado o homicídio após suspeitar que a mãe da vítima, vizinha e amiga dela, a teria denunciado ao Conselho Tutelar do município, o que motivaria a perda da guarda da investigada. "Uma semana antes o Conselho Tutelar, de fato, realizou uma visita à residência de Sarah, o que, segundo ela, foi a motivação para cometer a vingança contra a vizinha", explicou o Delegado Wesley Castro.
Contudo, a suspeita alegou à Polícia que seu alvo seria a mãe da vítima, mas que por ser incapaz de atingi-la, escolheu a criança. "Ela detalhou, inclusive, como teria utilizado a própria filha, que convivia com a vítima e frequentava a casa dela quando a mãe tinha que se ausentar, para cometer o assassinato", esclareceu o Delegado Regional em Divinópolis Leornardo Pio.
Dinâmica
Um dia antes do encontro do corpo da vítima, na quarta-feira (7), a família já havia registrado o desaparecimento da criança e a PCMG e toda a comunidade se mobilizou para as buscas. A mãe da vítima comunicou que estava dentro da residência, localizada no bairro Lagoa dos Mandarins/Icaraí, e que acabava de chegar com a filha da escola. Em dado momento, foi pegar um leite para ela, a filha foi para o lado de fora e a mãe a perdeu de vista. Depois não teve mais contato visual, registrando que tudo não teria durado mais que dois minutos.
Por volta de meia noite, vizinhos da suspeita relataram à Polícia que haviam escutado um barulho forte vindo do interior de uma residência em frente à casa da vítima. Alguns moradores que moram ao fundo começaram a gritar que o corpo da vítima estava lá. A partir de então, a PCMG localizou o corpo, mas ainda não havia informações de como teria chegado naquela residência.
Partindo de uma das hipóteses, a equipe da Polícia Civil entrevistou a suspeita e encontrou na lateral da casa dela uma sacola preta com chinelos da vítima. Em um primeiro momento, entrando em contradição por diversas vezes, Sarah sustentou que teria ocorrido um acidente, no qual a vítima, que estaria na área de serviço, enquanto ela estava no banheiro, sofreu uma queda para o quintal. "Só que as evidências não mostram isso. Primeiro, em razão do exame de necropsia, que demonstra que a vítima não morreu da queda e, sim, em razão de afogamento e asfixia. Também, em razão do tempo de morte, os horários que a investigada apresentou não eram condizentes", afirmou o Delegado Leonardo Pio.
Sarah foi autuada em flagrante e, após interrogatório, confessou que havia atraído a vítima até a casa, usando a própria filha para distraí-la e, em posse de uma corda, a asfixiou. Percebendo que a criança não havia morrido imediatamente, ainda a mergulhou em uma bacia com água. Ela aguardou cerca de cinco horas, permanecendo com o corpo da vítima, e por fim a cobriu com um pano e a jogou no quintal. "O importante a se destacar dessa investigação de sucesso é que conseguimos integrar, rapidamente, uma equipe formada por Investigadores, Médico-legista e Perito, todos presentes no local dos fatos, permitindo corroborar as hipóteses que levaram à confissão do crime, sustentada por todos os indícios criminais", finalizou o Delegado Regional.

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