Com fuga global de risco, Bolsa cai para 100 mil pontos e dólar chega a R$ 4

Uma série de dados decepcionantes de atividade econômica na China e na Europa recoloca o mercado global em risco, em meio ainda ao temor de que a guerra comercial entre os Estados Unidos e o país asiático ameace o crescimento do PIB mundial. As Bolsas têm queda na Europa, nos EUA e no Brasil.

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Às 14h03, o dólar tinha alta de 1,31%, sendo cotado a a R$ 4,0198. O Ibovespa recuava 2,52%, chegando aos 100.693,06 pontos.
Um termômetro do grau de nervosismo dos investidores é a inversão da curva principal dos títulos do Tesouro norte-americano, os Treasuries: o temor é de que o rendimento da T-Note de 10 anos abaixo do retorno da T-Note de 2 anos esteja prenunciando, como em diversas outras vezes antes, uma recessão na economia americana.
A produção industrial e as vendas no varejo da China ficaram abaixo do esperado e o PIB da Alemanha caiu 0,1% no segundo trimestre. A produção da zona do euro também cedeu mais que o previsto.
No começo da tarde, a aversão ao risco se agravou após o presidente do Federal Reserve de St. Louis, James Bullard, afirmar que os Estados Unidos não estão em recessão e que a inflação está "um pouco baixa demais, mas estável", o que sugere menos estímulos da instituição.
Como efeito, os índices acionários em Nova York passaram a cair em torno de 2%, patamar de perdas semelhante ao dos preços do petróleo.
No Brasil, as boas notícias internas, como a aprovação da Medida Provisória da Liberdade Econômica pela Câmara e a definição do calendário de votação da Previdência no Senado, não conseguem fazer frente à tensão que vem do exterior.
O dólar, com avanço firme ante todas as moedas emergentes, supera R$ 4 e o Ibovespa mergulhou dos 103 mil pontos no fechamento de terça-feira para o patamar dos 100 mil, com perda superior a 2%. O índice é castigado principalmente pelo tombo entre 2% e 3% das ações ligadas a commodities e ao setor financeiro.
A situação da Argentina segue monitorada de muito perto pelos investidores. O presidente Maurício Macri anunciou aumento do salário mínimo e congelamento de preços de combustíveis, e o banco central argentino fez novos leilões de dólar, mas o mau humor nos mercados persistiu. A percepção é de que é "pouco e tarde demais" para reverter, até outubro, a vantagem do kirchnerista Alberto Fernández vista nas primárias do último domingo.

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