Mito ou verdade: Whey Protein pode causar pedras nos rins?

Uma pesquisa publicada pela consultoria de mercado estadunidense Zion Market no ano passado prognosticava que o mercado global de Whey Protein deve atingir US$ 12,4 bilhões (R$ 40,9 bilhões) até 2021. A Europa possui o maior compartilhamento da indústria do suplemento e está pronta para continuar dominando esse mundo até o começo da década de 20, mas os EUA, que possuem outros 32% de todo o mercado, e a China, prometem lutar pela maior fatia do bolo. 
 

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O produto - a porção líquida do leite separada da coalhada - é um dos alimentos dietéticos mais populares do mundo hoje devido às facilidades de absorção pelo corpo e à presença de um perfil forte de aminoácidos. O Whey contém proteínas, carboidratos, vitaminas, gorduras e minerais e é usado para melhorar a síntese proteica dos músculos, permitir a queima de gorduras, fortalecer o sistema imunológico e desenvolver uma maior sensibilidade à insulina. 
 
A proteína do Whey promove, em outras palavras, uma hipertrofia muscular por meio de aminoácidos responsáveis pela construção e reparação das fibras musculares. Encontrado em três formas diferentes (concentrado, isolado ou hidrolisado), que significam, na verdade, a concentração de proteínas com que foram fabricados, o suplemento deve boa parte do seu sucesso aos idosos.
 
De acordo com a pesquisa da Zion, o mercado global de Whey Protein teve seu maior crescimento neste período devido ao aumento da porcentagem de pessoas mais velhas ao redor do mundo. Mais do que isso, a tendência de mais cuidados com a saúde e a demanda cada vez maior em academias são elementos que vão impulsionar as vendas do suplemento no futuro. Os dados ainda indicam que há uma geração jovem mais inclinada a praticar esportes e frequentar centros fitness, o que também sugere o consumo de Whey.
 
Com um consumo mais popular no mundo todo, e especialmente no Brasil, muitas dúvidas sobre os efeitos negativos do Whey Protein chegam à mesa do nutricionista Diogo Círico, da Growth Supplements, por exemplo. Uma das mais comuns é sobre a possibilidade do suplemento facilitar o surgimento de pedras nos rins -- possibilidade que está mais ligada ao modo de consumo do que ao produto em si. "Ele não causa problema renal, mas o excesso de proteínas faz com que os rins trabalhem mais do que deveriam. A longo prazo, o resultado é um cálculo renal", explica.
 
"Mas isso não vale apenas para o consumo de Whey: consumir em excesso a maioria das substâncias conhecidas significa consequências prejudiciais ao corpo: até mesmo água", completa.
 
Círico afirma que, para pessoas acima dos 18 anos, a dose máxima é de 1,4 grama de Whey Protein por quilo de massa corporal. "Uma medida tem aproximadamente de 25 a 30 gramas de proteína. Como a pessoa ingere outras fontes proteícas por meio dos alimentos, pode facilmente ultrapassar a necessidade diária e sobrecarregar os rins", diz o nutricionista.
 
Outros suplementos, porém, pode até colaborar para que os rins operem como devem: a glutamina, um aminoácido não essencial, ou seja, aquele que o corpo produz sozinho, por meio do metabolismo, por exemplo, é um nutriente de grande importância para diferentes partes do organismo, como intestino, coração, rins, fígado e sistema imunológico. 
 
Isso porque, embora o corpo sintetize esse elemento, é muito comum que isso não seja suficiente para todas as necessidades do indivíduo e, por conta disso, seja necessária a ingestão de alimentos que possuam em sua composição a glutamina, como carnes, peixes, leite e feijão. E, quando a carência do nutriente é ainda maior, vale a inclusão da suplementação alimentar na dieta.
 
“No intestino, ela atua na absorção e na proliferação das células intestinais, contribuindo para a permeabilidade e para a integridade e prevenindo a deterioração do órgão. Essa substância é ainda de grande importância para a energia no sistema imune, aumentando a capacidade do corpo contra o risco de uma série de doenças, como infecções respiratórias”, explica Diogo Círico.
 
Vale saber também que em crises de estresse, traumas e infecções ocorrem mudanças na concentração do nutriente no corpo. O fígado, os rins e o sistema imunológico absorvem uma maior concentração do nutriente, sendo necessário seu consumo por meio de dieta.

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