Com crise, cresce número de brasileiros que deixam de morar em imóveis financiados

A crise econômica forçou brasileiros que compraram imóveis em prestações a deixar suas residências por não conseguir pagar as parcelas, indica pesquisa do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística divulgada nesta quinta (26). A matéria continua após a publicidade De acordo com a pesquisa, caiu 4,5% o número de domicílios onde o morador é proprietário e as prestações não foram quitadas. Por outro lado, houve aumento de 6,9% no número de domicílios cedidos por terceiros - que podem ser parentes ou empregadores, por exemplo. Os dados são parte da pesquisa Características Gerais dos Domicílios e dos Moradores 2017, feita com base em informações coletadas pela Pnad-C (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua). A pesquisa mostra crescimento de 0,8% no número de unidades domiciliares no Brasil, que chegou em 2017 a 69,8 milhões, ou 550 mil a mais do que no ano anterior. Deste total, 67,9% eram próprios do morador e já quitados, 5,6% próprios ainda a quitar, 17,6% alugados e 8,7% cedidos. O número de domicílios alugados cresceu 1,6% com relação ao ano anterior. A coordenadora da Pnad-C, Maria Lúcia Vieira, diz que a queda no número de domicílios não quitados e o aumento dos alugados e dos cedidos pode indicar que proprietários em dificuldades para pagar as prestações decidiram entregar os imóveis ou alugá-los para viver em residências mais baratas. Esse corte da Pnad começou a ser feito em 2016 e, portanto, não há como fazer comparações de longo prazo. Pesquisa anterior divulgada pelo IBGE no início de abril mostrou que cresceu 7% o número de brasileiros que contou com aluguel para complementar a renda em 2017. DESIGUALDADES A pesquisa desta quinta confirma desigualdades nas condições de habitação no país, principalmente em relação ao acesso a água e esgoto. Na média nacional, 85,7% dos municípios têm acesso à rede de distribuição de água. Mas, enquanto no Sudeste o índice chega a 92,5%, no Norte é de apenas 59,2% e no Nordeste, de 80,3%. Já no tratamento de esgoto, a média nacional de acesso à rede é de 66%. No Sudeste, chega a 88,9%. No Norte é de apenas 20,3% e no Nordeste, de 45,1%. De acordo com os dados do IBGE, 2 milhões de domicílios no país ainda usam "outras formas de esgotamento", em suia maioria, despejo a céu aberto - no Norte, esses representam 8,8% do total e no Nordeste, 4,3%. O acesso à energia elétrica é quase universal no país, chegando a 99,8% dos domicílios, seja pela rede ou por fontes alternativas.

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