PCMG e MP realizam operação em combate à organização criminosa em BH

A Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG) e o Ministério Público Estadual (MPMG) deflagraram, na manhã desta quarta-feira (18), a operação “Sordidum Publicae”, expressão em latim para “Político Sujo”. A matéria continua após a publicidade A ação teve como objetivo cumprir oito mandados de prisão preventiva e sequestro de bens, além de seis mandados de busca e apreensão contra o vereador e ex-presidente da Câmara de Vereadores de Belo Horizonte, Wellington Magalhães, a esposa dele Kelly Jaqueline Maciel Magalhães, o assessor Rodrigo Dutra de Oliveira, o superintendente de comunicação, Marcio Fagundes, e os empresários Marcus Vinicius Ribeiro, Christiane de Castro Melo Cabral Ribeiro, Frederico Ribeiro Guedes e Paulo Victor Damasceno Ribeiro, suspeitos de fraude de licitação pública e lavagem de dinheiro. As investigações revelaram que Wellington Magalhães foi identificado como o líder da organização criminosa que favoreceu a empresa MC.COM, pertencente ao casal Marcus Vinicius Ribeiro e Christiane de Castro Melo Cabral Ribeiro, para que a companhia ganhasse o processo licitatório que resultou no prejuízo superior de R$30 milhões de reais aos cofres municipais. O mesmo serviço, em licitação anterior, foi contratado por 10 milhões. As investigações ainda revelaram que, da quantia licitada, R$15 milhões foram gastos em apenas 90 dias. O Coordenador de Operações da Superintendência de Investigação e Polícia Judiciária, Delegado Matheus Cobucci ressaltou que a operação é uma resposta “a um caso emblemático de claro desvio de recursos públicos responsável por causar prejuízo grande aos cofres públicos e, somente essa integração entre a PCMG e o MPMG pode combater esses crimes”. As operações estão sendo executadas pelo Grupo Especial de Defesa do Patrimônio Público (GEPP) e do Grupo Especial Operacional Policial do Ministério Público (GOP). A ação realizada hoje é um dos desdobramentos da Operação Santo de Casa, que teve como resultado o indiciamento e representação pela prisão preventiva dos acusados pela Polícia Civil. O Ministério Público manifestou-se favoravelmente ao inquérito policial e ofereceu duas denúncias contra 20 pessoas, incluindo os investigados dessa ação, na ocasião. Os suspeitos podem responder pelas práticas dos crimes de peculato, fraude em licitação pública, corrupção ativa e passiva, falsidade ideológica, embaraço a investigações, organização criminosa e lavagem de dinheiro, cujas penas podem ultrapassar 118 anos de prisão. De acordo com o Promotor Leonardo Barbabella, o vereador e a esposa dele foram denunciados por lavagem de dinheiro. “Com a quantia desviada, o casal adquiriu bens móveis e imóveis de alto luxo, incluindo suntuosa mansão na orla da Lagoa da Pampulha, casas de alto nível de acabamento em condomínio de luxo na Região Metropolitana da capital, veículos importados de alto luxo, além de viagens internacionais”. A operação desta quarta-feira também foi baseada na necessidade de proteger provas e evitar a continuidade da lavagem de dinheiro.  Ficou comprovado que o investigado Rodrigo Dutra de Oliveira, assessor de Wellington Magalhães, chegou a fazer uma “assepsia” na casa do vereador, retirando diversos objetos que configuravam como provas. A empresa “Santo de Casa”, administrada por Paulo Vitor e Frederico, sobrinhos de Marcus Vinicius Ribeiro, dono da MC.COM, foi usada como fachada para a lavagem de dinheiro. E, como explicou o Coordenador de Operações Matheus Cobucci, a empresa também foi criada para facilitar o desvio de dinheiro, pois, conforme o Promotor Leonardo Barbadel, a subcontratação das empresas também ajudava a justificar os aditivos contratados durante o processo de licitação. O Delegado Fernando Lima, responsável pelas investigações, ressaltou que ficou confirmado que Wellington Magalhães era o responsável “por planejar o desvio de dinheiro público, seja para ele, ou para os demais integrantes da organização criminosa. Percebemos que esse trabalho em conjunto (PCMG E MPMG) só tem a engrandecer as instituições e dar uma resposta à população que clama cada dia mais pelo combate a esse tipo de crime”. O Delegado ainda explicou que Márcio Fagundes, superintendente de comunicação da Câmara Municipal foi o elo entre o vereador e Marcus Vinicius, dono da empresa.  "Houve o cancelamento de uma licitação para que a MC.COM fosse incluída e ganhasse, e encontramos indícios de que antes mesmo do final da licitação já sabiam que a MC.COM fosse ganhar". Wellington Magalhães e Rodrigo Dutra de Oliveira já têm conhecimento de que foram decretadas as prisões preventivas contra eles e são considerados foragidos pela Justiça. Os outros envolvidos foram presos. As investigações da Polícia Civil seguem para a fase de perícia dos materiais arrecadados durante a operação.

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