Ex-prefeito de Uberlândia é preso suspeito de fraudes em previdência

O ex-prefeito de Uberlândia Gilmar Machado (PT) foi preso na manhã de hoje em decorrência da operação Encilhamento da Polícia Federal (PF). A operação apura fraudes envolvendo a aplicação de recursos de Institutos de Previdência Municipais em fundos de investimento que contém, entre seus ativos, debêntures sem lastro, emitidas por empresas de fachada. Segunda as investigações, estima-se que as debêntures emitidas por empresas de fachada ultrapassam o valor de R$ 1,3 bilhão.

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Em Uberlândia, também foram presos o ex-superintendente do Instituto de Previdência Municipal de Uberlândia (Ipremu), Marcos Botelho, e dois ex-integrantes do Comitê de Investimento do Ipremu, Cláudio Roberto Barbosa e Mônica Silva Resende de Andrade. Os quatro serão indiciados por fraude do mercado financeiro, lavagem de dinheiro e fraude em licitação. Em nota, a defesa do ex-prefeito afirmou Gilmar está tranquilo pois não possui nenhum envolvimento com os supostos atos ilícitos praticados por terceiros dos quais ele não tem conhecimento. Segundo a nota, ele tem total convicção de que é vítima de uma injustiça e uma perseguição política. A defesa reforçou que o ex-prefeito sempre esteve e continua a disposição da Justiça, porém como a Polícia Federal de Uberlândia não possui documentação relativa aos fatos desta investigação o Gilmar se encontra impossibilitado de atender a pretensão de esclarecimentos. Ainda de acordo com a nota, a defesa do ex-prefeito aguarda tomar conhecimento do inquérito para melhor contribuir prestando os esclarecimentos devidos. Na manhã de hoje, policiais federais e auditores fiscais da Receita Federal cumpriam 20 mandados de prisão temporária e 60 mandados de busca e apreensão em sete estados do país: Goiás, Santa Catarina, Mato Grosso, Paraná, Minas Gerais, Rio de Janeiro e São Paulo. Em Minas Gerais, além de Uberlândia, no Triângulo Mineiro, empresas de outras três cidades estão sendo investigadas: Santa Luzia e Betim, na Região Metropolitana de Belo Horizonte e Pouso Alegre, no Sul de Minas. Segundo a Polícia Federal, apenas em Uberlândia houve prisões. Segundo a imprensa local, em Santa Luzia, foi cumprido mandado de busca e apreensão no Instituto Municipal de Previdência Social e um gestor de investimentos do órgão prestou depoimento à PF sobre transferências monetárias realizadas no Banco do Brasil e na Caixa Econômica Federal. A ação é a segunda fase da operação Papel Fantasma, para apurar fraudes envolvendo a aplicação de recursos de Institutos de Previdência Municipais em fundos de investimento. Estão sendo investigados, até o momento, 13 fundos de investimento. No 2º semestre de 2016 foi constatada a existência de R$ 827 milhões de reais em apenas oito destes fundos, dinheiro que, em última análise, destina-se ao pagamento das aposentadorias dos servidores municipais. A operação, que conta com o apoio da Secretaria de Previdência (SPREV) identificou 28 Institutos de Previdência Municipais que investiram em fundos que, por sua vez, direta ou indiretamente, adquiriram os papéis sem lastro. Há o envolvimento de uma empresa de consultoria contratada pelos Institutos de Previdência e elementos que apontam para corrupção de servidores ligados a alguns Institutos de Previdência. Os investigados responderão, na medida de suas participações, por crimes contra o Sistema Financeiro Nacional, fraude à licitação, corrupção ativa e passiva e lavagem de dinheiro, com penas de 2 a 12 anos de prisão.  

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