Milicianos e traficantes se aliam para a venda de drogas e roubo de cargas no Rio

Rio - A maior milícia do Estado do Rio, chefiada por Wellington da Silva Braga, o Ecko, estava adotando práticas criminosas típicas do tráfico: ameaçava moradores e executava pessoas que não aceitavam regras impostas pela quadrilha na Zona Oeste e Baixada Fluminense. Segundo a Polícia Civil, os milicianos estavam ainda permitindo a atuação livre do tráfico nessas regiões, com a venda de drogas e roubo de cargas.

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“O irmão do Ecko, Carlinhos Três Pontes (morto no ano passado), expandiu os negócios dele com o tráfico de drogas. Se aliou ao Terceiro Comando, com outros traficantes, e permitiam, começaram a atuar também no roubo de cargas”, disse Fábio Salvadoretti, delegado assistente da DHBF, que acrescentou: "Eles se aliam a traficantes de drogas, permitem que traficantes vendam as suas drogas nas áreas deles (dos milicianos) e a praticar roubo de cargas".

Mais de 140 presos 

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Nesta madrugada, uma operação com 40 policiais da Delegacia de Homicídios da Baixada Fluminense (DHBF), Coordenadoria de Recursos Especiais (Core), 27ª DP (Vicente de Carvalho) e 35ª DP (Campo Grande) resultou na prisão de 142 suspeitos de integrarem a milícia, sete menores apreendidos e quatro mortos (que faziam a segurança do Ecko), no sítio Três Irmãos, em Santa Cruz.

Os suspeitos estavam em um evento de pagode, segundo o delegado assistente da DHBF, André Timoni. Os policiais foram recebidos a tiros, e o chefe da milícia, Ecko, fugiu assim que os agentes chegaram às 4h15 deste sábado. Também foram recuperados cerca de 15 carros.

“Foi uma ação planejada para reprimir o crime organizado naquela região. O grupo também exercia influência em cidades da Baixada, como Itaguaí e Seropédica. Essa operação vai impactar nos índices de letalidade violenta onde esse grupo atuava”, afirmou o delegado titular da DHBF, Daniel Rosa.

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Rosa garantiu que o grupo criminoso será enfraquecido após a operação deste sábado. Os presos responderão pelos crimes de organização criminosa, formação de quadrilha, porte de armas de fogo e receptação de veículo roubado.

O delegado titular da 27ª DP (Vicente de Carvalho), Marcos Amin, chamou atenção para a prática adotada pelos milicianos. “Neste trabalho, devemos destacar o enfrentamento que tivemos (com a resistência dos suspeitos, que trocaram tiros com os policiais). Encontramos forte resistência armada. Hoje, a milícia deixa de fazer aquela falsa proteção da atividade local e passa a fazer atividade do narcotráfico”.

'É o maior grupo criminoso do estado'

O delegado Salvadoretti afirmou que esse é o maior grupo criminoso do estado: "Eles estão expandindo seus territórios até dominar o Rio de Janeiro inteiro, tanto pela Baixada Fluminense quanto pela região da Costa Verde".

Ele ressaltou ainda a semelhança do 'modus operandi' do tráfico. "Esse (pela operação) é o mais duro golpe na milícia. Gostaria de enfatizar aqui que é um grupo de sanguinários que exterminam as pessoas de bem daquela região e suas ações em nada diferem do tráfico de drogas. Eles matam por qualquer razão. Se a pessoa resolve não pagar uma taxa que acredita não ser devida eles executam", relatou.

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