Após denúncia de mineira, senadoras querem a criação de protocolo para assédio em voos

Após a repercussão nacional do caso em que uma jovem mineira foi assediada por um homem em um voo entre Belo Horizonte e São Paulo no úlitmo domingo (11), a senadora Marta Suplicy (PMDB-SP) afirmou que pretende pressionar a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) a estabelecer normas a serem cumpridas pelas empresas aéreas em caso de denúncia de assédio sexual. Vitória Antunes, de 22 anos, gravou um vídeo em um homem aparece esfregando a região genital dentro de um voo da operadora Avianca. Segundo a jovem, o homem esperou as portas do avião se fecharem para trocar de lugar e se sentar ao lado dela ao notar que o assento estava vago. Então, começou a se tocar. Segundo Vitória, apesar da denúncia e do vídeo, a tripulação não deu importância ao caso e ofereceu apenas a possibilidade de troca de lugar. Em discurso nesta quinta-feira (15), no plenário do Senado, Marta afirmou que é preciso tomar uma atitude para que outras passageiras não sofram o mesmo. “As mulheres estão conseguindo se projetar de alguma forma, se manifestar. Mas parece que, às vezes, a empresa, a situação, o local onde trabalham, não entendem que nós demos um basta. As mulheres não permitem mais esse tipo de abuso”, disse a senadora, lembrando que usuárias de ônibus e metrôs também sofrem ataques semelhantes. Veja o vídeo feito por Vitória que ganhou repercussão nas redes: Em entrevista ao Hoje em Dia nesta sexta-feira, Vitória afirmou ter ficado muito feliz em saber que a senadora paulista tomou uma atitude em relação ao assédio sofrido no voo. “As pessoas precisam entender que isso é muito recorrente. Acontece com todas as mulheres, todos os dias”, disse. Vitória relatou que chegou a chorar lendo comentários negativos sobre ela nas redes sociais. “A grande maioria das pessoas meu apoiou, mas teve gente que veio xingar a mim e a minha família, que não tem nada a ver com isso. Tem gente que investigou publicações antigas minhas para tentar me desacreditar, dizer que eu estava inventando a situação”. Ela tentou fazer um boletim de ocorrência sobre a situação em São Paulo duas vezes, mas não conseguiu devido à demora no atendimento. “Mas não quero deixar de fazer o documento. Muitas pessoas estão me incentivando a registrar o caso”. Próximos passos De acordo com a assessoria da senadora, sua equipe, junto à consultoria do Senado, começa a realizar, na semana que vem, um estudo sobre o caso ocorrido com a mineira  e outros de mulheres assediadas e molestadas no transporte público. A matéria continua após a publicidade Ao final do estudo, que deve contar também com integrantes do gabinete da senadora Ana Amélia (PP-RS), será possível definir qual o melhor o caminho até a provocação para que a Anac crie um protocolo de procedimento para casos de assédio. Poderá ser a elaboração de um documento a ser enviado à agência, a opção por um debate com a sociedade por meio de uma audiência pública ou o desenvolvimento de um projeto de lei. Procurada, a  Anac, que regulamenta todos os procedimentos obrigatórios relativos à aviação civil no Brasil, ainda não se manifestou sobre o assunto. Em nota enviada à equipe do Hoje em Dia, a Avianca informou que apura os fatos e que tomará as medidas cabíveis. A companhia reforçou que repudia qualquer ato inadequado dentro dos voos.

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