Chuva em BH faz córregos transbordarem, arrasta carros e causa até soterramento

Em cerca de uma hora de precipitações e ventos de até 68 quilômetros por hora, pelo menos quatro córregos transbordaram, ruas ficaram alagadas, dezenas de veículos foram arrastados e casas e lojas ficaram danificadas. Até um soterramento de uma família foi registrado. Por sorte, ninguém morreu. O temporal afetou todas as regiões da capital, porém, a situação foi mais crítica na Oeste e Noroeste, com chuvas de até 74 milímetros, segundo a Defesa Civil de BH. Em apenas 16 dias, algumas regionais já registraram precipitações três vezes superiores à média histórica de março. No bairro Primeiro de Maio, região Norte, um muro caiu sobre uma casa deixando duas mulheres soterradas. No momento do acidente, quatro moradores estavam na residência. Porém, dois deles (pai e filho) conseguiram sair antes do desastre. As vítimas foram resgatadas pelos Bombeiros e levadas, com ferimentos leves, para o Hospital de Pronto-Socorro (HPS) João XXIII. A previsão é de mais chuvas no fim de semana, segundo a Defesa Civil; a orientação é evitar transitar em pontos com risco de alagamento.

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Alerta Assim que a chuva começou, a Defesa Civil lançou alerta para que as pessoas evitassem transitar nas ruas mais baixas da cidade. Avenidas como a Barão Homem de Melo, Silva Lobo, Amazonas, Carlos Luz e Francisco Sá são algumas que praticamente viraram rio. Quando a água baixou, ficaram os prejuízos e o choro de quem contabilizava as perdas em meio à tentativa de se recuperar do susto. No bairro Prado, na região Oeste, a força da correnteza foi capaz de carregar pelo menos 40 veículos por vários metros. Os carros foram jogados contra as paredes e deixaram um rastro de destruição.   Rastro Quando a chuva passou, se encontrava de tudo nas ruas: bancos, placas comerciais, pedaços de portas e partes de veículos, além dos carros tombados. Horas depois, o trânsito ainda estava congestionado na região.   Dentre os automóveis levados pela enchente, estava o da operadora de telemarketing, Brenda Luiza Machado, de 20 anos. “Tem só dois meses que comprei esse carro”, era só o que dizia, enquanto olhava chorando para o Gol preto virado na calçada. Um bar da região ficou completamente devastado. Quando a enchente começou, a água inundou o estabelecimento com tanta velocidade que derrubou oito refrigeradores. Um deles foi arrastado para o outro quarteirão. O proprietário, Paulo Matos, estava lá e quase saiu ferido. “Eu fui jogado com muita força contra a parede. Foi tudo tão rápido que nem deu tempo de correr”, conta. Em 18 anos que trabalha no local, ele conta que já teve o comércio alagado cerca de dez vezes. Mas essa foi pior. O prejuízo estimado é de, pelo menos, 40 mil. Perto dali, a dona de uma loja de roupa totalmente destruída só conseguiu dizer: “Não tenho condições de conversar, mas o prejuízo foi de mais de R$ 300 mil”, disse a mulher, que saiu correndo. O tenente do Corpo de Bombeiros, Fabrício Eduardo Dalfior, foi chamado para salvar três pessoas que estavam ilhadas na rua Ituiutaba, também no Prado. “Eles não ficaram feridos. Mas a situação foi crítica. A água alcançou um metro e 60 (centímetros)”, afirma.

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