‘Golpe do chip’ faz vítimas no interior de SP

  Em Bauru, um engenheiro civil de 31 anos teve prejuízo de R$ 11,5 mil, após ter seu chip clonado. O fato foi descoberto após a linha telefônica do celular dele parar de funcionar. Na ocasião, a vítima ligou para sua operadora e descobriu que alguém havia feito a habilitação de um novo chip para a mesma linha, desabilitando, posteriormente, o chip original. Veja como funciona o golpe na reportagem da TV Globo [playlist type="video" ids="747"]   O caso se assemelha ao noticiado, envolvendo a primeira-dama Marcela Temer que, após ter o chip clonado e mensagens copiadas, foi vítima de tentativa de extorsão. O fornecimento espontâneo de dados e senhas em aplicativos desprotegidos, principalmente via WhatsApp, são facilitadores deste tipo fraude. Algumas dicas básicas ajudam dificultar a vida do estelionatário (veja no quadro no final). COMUNS Especialista em crimes digitais, o advogado José Antônio Milagre diz esse tipo de crime está cada vez mais comum. “Atendendo média de cinco casos por mês assim. Houve fraude em que a vítima chegou a ter prejuízo de R$ 600 mil”, pontua. Ele explica que este tipo pode ocorrer de várias formas. Em uma delas, mais recorrente, o golpista obtém o número da linha da vítima por meio de grupos no WhatsApp. Na sequência, o hacker, aliás, o estelionatário, consegue a ativação da mesma linha em outro chip, por meio de contatos ou falhas de segurança em uma agência operadora. Com a linha da vítima em mão, o estelionatário baixa os aplicativos e consegue acesso a todos os arquivos e conversas e, por consequência, senhas salvas em nuvem cibernética. Também existe o chamado pishing scam (golpe da pescaria), no qual o golpista, por meio de links e e-mails falsos ou conteúdos (imagens e vídeos) contaminados, consegue acesso aos dados pessoais e bancários da vítima. “De posse dos dados pode-se solicitar um novo chip apenas dizendo que o perdeu, por exemplo, pois estas operações não pedem senha”, explica Milagre. O QUE FAZER? O ideal nestes casos, segundo o advogado, é ligar para operadora e exigir o bloqueio da linha. E solicitar o endereço de onde a troca do chip foi realizada. Na sequência, a vítima deve ir até lá e requerer as filmagens de câmeras de segurança, para tentar identificar o autor. A matéria continua após a publicidade “Neste caso, as transferências bancárias foram pela internet, portanto, certamente a vítima está com algum equipamento infectado tendo clicado ou acessado algum conteúdo ou arquivo malicioso [malware]”, completa Milagre. Apesar do caso registrado em Bauru, o delegado Seccional Ricardo Martines não acredita que haja atuação de uma quadrilha na cidade. “É o primeiro caso que eu soube em Bauru, isso tem ocorrido no País todo”, finaliza.   Ativar criptografias e senhas é ‘imprescindível’, alerta o especialista Para se valer da Lei Carolina Dieckmann, a vítima de fraude precisa provar que seu equipamento era protegido com senhas e bloqueios de tela. “O delito é configurado quando há rompimento de obstáculo de segurança”, ressalta José Milagre, advogado e perito digital. Quando a fraude envolve transferência de valores, como no caso citado, ao ideal é solicitar tanto a quebra de sigilo da linha telefônica, quanto a quebra de sigilo bancário da vítima, para tentar chegar ao autor ou comparsa. “Em alguns casos, o banco acaba sendo responsabilizado e é obrigado a compartilhar o prejuízo financeiro”, detalha o advogado. Ativar serviços de criptografia e de senhas, no próprio celular e em aplicativos, e apagar sempre o histórico, tanto do celular quanto de conversas em aplicativos, ajudam a dificultar fraudes.

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